Duda e Paty vencem irmãs gêmeas
do Canadá e são ouro em Nanquim
Duda e Paty foram perfeitas em Nanquim. Tratadas como favoritas ao ouro nas Olimpíadas da Juventude, na China, as brasileiras não decepcionaram desde a primeira rodada da fase de grupos. Com uma campanha irretocável, a dupla confirmou os prognósticos, bateu as irmãs gêmeas Nicole Mcnamara e Megan Mcnamara, do Canadá, e ficou com o ouro em campanha invicta. A vitória veio por 2 sets a 1, parciais de 17/21, 21/13 e 16/14.
Apontada como um novo talento do vôlei de praia brasileiro, Duda ganhou os últimos 18 jogos em torneios internacionais que disputou. Aos 15 anos, já estava na seleção brasileira adulta da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Este ano, com 16, foi bicampeã mundial no sub-19, bem acima da sua idade limite, e não disputou o Circuito Mundial para que fosse aos mundiais de base da Federação Internacional de Vôlei (FIVB). No sub-23, foi vice-campeã mundial no ano passado. A jogadora se emocionou com a vitória na China:
– Já sabíamos que seria um jogo muito difícil, as canadenses têm muita qualidade, mas conseguimos nos superar e ficar com a medalha de ouro. Com certeza é o campeonato mais importante da minha vida, minha maior vitória, afinal de contas, é uma medalha olímpica. Impossível descrever isso – disse Duda.
Paty foi a escolhida pela Confederação Brasileira de Vôlei para jogar ao lado de Duda. A vaga brasileira veio através de uma seletiva da América do Sul, que teve seis vagas para Nanquim. Exigente, a jogadora assumiu ter errado bastante durante a partida.
– No primeiro set eu senti um pouco o emocional e, no último, tive dificuldades. Mas a Duda, com toda a experiência que ela tem, me ajudou demais, e conseguimos dar a volta por cima e ficar com a medalha de ouro – explicou Paty.
As brasileiras tiveram uma campanha perfeita em Nanquim. Foram oito jogos e oito vitórias até a decisão. Sobre Muno/Caputo, dos Estados Unidos, Valkova/Adamcikova, da República Tcheca, Van/Vi, do Vietnã, Gerson/Rohrer, da Suíça, Aminata/Haja, da Serra Leoa, por W.O., Bernier/Cajigas, de Porto Rico, nas oitavas de final, Verasio/Hiruela, da Argentina, nas quartas de final, e Makroguzova/Rudykh, da Rússia, nas semifinais.
O domínio do Brasil nas categorias de base do vôlei de praia é evidente. Das 31 competições para jovens disputadas desde 2000, o Brasil levou o título em mais da metade delas, 16. Foram dez conquistas entre as mulheres e seis com os homens.
Duda e Paty começaram bem no primeiro set. Abriram 5 a 1, mas depois as canadenses equilibraram em 6 a 4 para o Brasil. Na metade do set, a dupla brasileira tinha 12 a 9. Dois erros, porém, deixaram as gêmeas encostarem. E, em nova falha, agora de Paty, as rivais fizeram 13 a 12 no Brasil. A parceria verde e amarela se desestabilizou, e as canadenses acabaram abrindo 18 a 15. Na largadinha, Megan Mcnamara fechou o set em 21/17.
No segundo set, o Brasil largou bem de novo, e logo abriu 8 a 4. Com a vantagem estabelecida, Duda sacou bem para fazer 11 a 6. Sem se encontrarem, as irmãs gêmeas do Canadá viam Duda e Paty deslanchar em 16 a 10. Assim, o Brasil fechou o set facilmente em 21/13.
No terceiro set, o Brasil chegou a abrir 6 a 4, mas as canadenses não deram moleza, e conseguiram buscar em 9 a 9. Sentindo talvez o peso da final, Paty passou a errar bastante, e o Canadá abriu 11 a 9 com Nicole. Duda conseguiu virar algumas bolas, e as brasileiras buscaram o jogo em 12 a 12. O equilíbrio seguiu até o 15 a 14, quando no contra-ataque, Duda, de soco, fez 16 a 14, para o choro de Paty e o ouro do Brasil.
Por Thierry GozzerNanquim, China
Fonte: Globo.com