Ângela Mérici nasceu em 1470, na cidade de Desenzano, no norte da Itália. O período histórico era o do Renascimento e da Reforma da Igreja, provocada pela doutrina luterana. Os pais eram camponeses pobres e muito religiosos. E desde pequena, ela teve seu coração inclinado pela vida religiosa, preferindo a leitura da vida dos Santos.
De fato, sua provação começou muito cedo, na infância, quando ficou órfã de pai. Logo em seguida perdeu a mãe e a irmãzinha, com quem se identificava muito. Assim, ela foi viver na casa de um tio, que a havia adotado, mas que também veio a falecer. Voltou à terra natal. Depois de passar dias e dias chorando, com apenas treze anos, pediu para ingressar num convento, entrando para a Ordem Terceira de São Francisco de Assis.
Ângela tinha apenas o curso primário e chegou a ser “conselheira” de governadores, bispos, doutores e sacerdotes. Os seus sofrimentos, sua entrega à Deus e a vida meditativa de penitência lhe trouxeram, através do Espírito Santo, o dom do conselho, que consiste em saber ponderar as soluções adequadas para todas as situação da vida.
Ela também, percebeu que naquele momento histórico, as meninas não tinham quem as educassem e livrassem dos perigos morais, e que as novas teorias levavam as pessoas a querer organizar a vida como se Deus não existisse. Para lutar contra o paganismo, era preciso restaurar a célula familiar. Inspirada pela Virgem Maria, fundou a Comunidade das irmãs Ursulinas, em homenagem a santa Úrsula, a mártir do século IV, que dirigia o grupo das moças virgens, que morreram por defender sua religião e sua castidade.
Ângela acabou se tornando a portadora de uma mensagem inovadora para sua época. Organizou um grupo de vinte e oito moças, para ensinar catecismo em cada bairro e vila da região. As “Ursulinas” tinham como finalidade a formação das futuras mães, segundo os dogmas cristãos. Ângela teve uma concepção bastante revolucionária para sua época, quando se dizia que uma sólida educação cristã para as moças só seria possível dentro das grades de uma clausura.
Decidiu que era a hora de fazer a comunidade se tornar uma Congregação religiosa.Consta, pela tradição, que antes de ir à Roma para dar início a esse projeto, quis fazer uma peregrinação em Jerusalém. Assim que chegou, ficou cega. Visitou os Lugares Sagrados e os viu com o espírito, não com os olhos. Só recobrou a visão, na volta, quando parou numa pequena cidade onde existia um crucifixo milagroso, foi até ele, rezou e se curou. Anos depois, foi recebida pelo papa Clemente VII, durante o Jubileu de 1525, que deu início ao processo de fundação da Congregação, que ela desejava.
Ângela a implantou na Bréscia, dez anos depois, quando saiu a aprovação definitiva. E alí, a fundadora morreu aos setenta e cinco anos, em 27 de janeiro de 1540 e foi canonizada, em 1807. Santa Ângela de Mérici, atualmente, recebe as homenagens no dia de sua morte.
Outros santos e beatos:
Santo Avito — mártir, evangelizador e primeiro bispo das ilhas Canárias, em época imprecisa.
Santa Cândida (†798) — viúva, mãe de santo Emério, da diocese espanhola de Gerona.
Santos Dácio, Reatro, Dativo, Juliano, Vicente e companheiros — martirizados na África durante a perseguição promovida pelos vândalos arianos.
Santa Devota (†303) — virgem martirizada na Córsega, onde é venerada como padroeira. Seus despojos mortais encontram-se conservados no principado de Mônaco.
Santo Emério — abade beneditino de Santo Estêvão, na Catalunha espanhola, no século VIII.
São Gamelberto (720-800) — sacerdote bávaro, pároco em Michaelsbuch.
São Gilduíno (1052-1077) — bretão, recusou a sagração episcopal oferecida por Gregório VII; morreu durante a viagem de regresso a Roma. Sua sepultura é visitada por peregrinos.
São Juliano de Le Mans — bispo do século III.
São Juliano de Sora — mártir do século II. Originário da Dalmácia, foi torturado e decapitado em Sora, na província de Frosinone, durante o reinado de Antonino Pio.
São Lobo de Chalon-sur-Saône (†610) — bispo. Célebre por sua grande caridade e também em virtude de uma carta que recebeu de Gregório Magno.
São Mauro ou Mário (†555) — abade em Bodon, local próximo a Sisteron, na França.
Beato Miguel Pini (1445-1522) — tornou-se eremita camaldulense, após haver abandonado os faustos da corte dos Médici, em Florença, cidade onde nascera.
São Natal ou Naal — abade do século VI, auxiliou o trabalho de são Columbano na Irlanda do Norte.
São Teodorico II de Orléans (†1022) — bispo beneditino e conselheiro do rei da França.
São Vitalino (†672) — papa em 657. Empenhou-se em promover a pacificação da Igreja, dividida por causa do edito monotelista promulgado pelo imperador Constâncio II. Nomeou arcebispo de Cantuária o monge grego são Teodoro.